Oi, Quissameiros!
Hoje quero contar pra vocês um pouco da história do jogo Quissama.
Pra fazer isso, preciso voltar um pouco no tempo. Assim, vamos voltar no tempo até agosto de 2013…
Não. Vamos voltar um pouco mais, para uma data sem número e começar do começo, em
QUISSAMA – PARTE ZERO (uma trilogia de quantidade indefinida)
Desde minha infância, lembro-me de jogar jogos. Se eu voltar até a década de 70, lembro-me de jogar com meus primos Banco Imobiliário. Na mesma época, jogávamos também Palavras Cruzadas.
Hoje eles estão no comércio com seus nomes originais, não traduzidos: Monopoly (em trocentas versões) e Scrabble. Em pleno ano 2015, esses jogos ainda estão no mercado, o que me causa um misto de respeito e indignação. Respeito por saber que passaram-se 40 anos e eles ainda estão lá. Vi esses dias que o Monopoly está com uma edição comemorativa de 85 anos!!! Uau! Indignação pelo mesmo motivo, mas de outro ponto de vista: parece-me que, desde a minha infância, os jogos de tabuleiro continuam sendo os mesmos nas lojas!!! Refiro-me a lojas… hm… digamos, semiespecializadas (com ou sem hífen?). Essas em que você encontra brinquedos, bicicletas de plástico… e até jogos.
Donos de lojas que tenham “Dragon”, “Fantasy”, “Covil” e outras palavras desse naipe no nome estão excluídas de minha indignação. Por essas, nutro um respeito enorme e sempre fico de boca aberta quando entro numa delas. Fazendo um merchanzinho grátis, entrei recentemente na Vida Quadrada, em Pelotas (RS), e curti bastante. Nome diferente, mas tá lá, show de bola! Ponto pra gauchada.
Mas tá, voltando as anos 70. Meus primos, Roberto, Gilberto e Marli, eram mais velhos que eu (bom, continuam sendo) e foram eles que me introduziram a esse maravilhoso universo. Jogar parecia bem mais interessante que brincar. Fui crescendo e ganhando outros jogos. Lembro-me de um Hi Spot, que eu curtia, que ganhei em uma viagem ao Uruguai, mi tierra. Era um dominó muy loco.
Minha adolescência foi recheada de War, Detetive, Scotland Yard e outros que vcs conhecem, disponíveis por décadas a fio no Brasil. Claro, no comecinho dos anos 80 acabei namorando uma gatíssima que também gostava de jogos. Pra minha curtição, os irmãos dela, Leonardo e Alexandre, também curtiam. No fim das contas, eles ficarem “segurando vela” acabava sendo divertido. Horas e horas ao redor de tabuleiros. E claro, com costumeiras variantes, já que os jogos nunca eram perfeitos, do nosso ponto de vista.
A tal gatíssima parece que de alguma forma se afeiçoou a mim e acabamos casando. A jogatina continuou. Eu e ela sempre jogando e, sempre que possível, os cunhados jogavam juntos. Aliás, o sogro também (yes!). Meu cunhado Leo acabou se mudando pro exterior e descobriu um mundo de outros jogos. Mais motivo pra experimentarmos coisas novas, com ele sendo o fornecedor principal das novidades.
Foi por meio dele que conheci Settlers of Catan, que abriu um portal para outra dimensão de jogos. Daí pra frente, a coisa deslanchou. Até escrevi pra uma certa produtora de jogos brazuca, pra ver se eles davam jeito de trazer isso pra cá, mas fui completamente ignorado. Pelo visto, não queriam se arriscar a fugir de sua meia dúzia de produtos bestseller. Mas hoje, Catan já está no mercado brasileiro. Que bom!
Bom, os filhos e sobrinhos vieram e, com eles, inúmeros outros jogos foram desfilando em nosso cardápio (Catan já é dessa época): Entrepreneur, Carcassone, Citadels, Babel, Louis XIV, Puerto Rico, Mage Knight, Magic, The Lord of the Rings e inúmeros outros… segue-se uma lista respeitável, mas a do meu cunhado ainda põe a minha no bolso. Mas, em minhas viagens, sempre procuro trazer algo novo – para loucura da retromencionada Gatíssima (agora com G maiúsculo, mas já não tão apaixonada por jogos).
Em algum ponto dos anos 2000, meu filho e eu descobrimos o RPG – outro portal para um novo mundo de jogos… horas ao redor da mesa, sem contar as horas preparando o cenário e as situações. Criatividade a mil, tanto de mestre quanto de jogadores! Mens sana in corpos se divertindo ao redor da mesa.
OK, chega por hoje porque já deu pra conhecer um pouco da minha história. Em QUISSAMA, PARTE UM, prometo que vou ser um pouquinho mais contemporâneo!
Até lá!
Ricardo